ontem eu fui dormir com medo.!
sempre tive mania de escrever p. pessoas que gosto, que vejo como especiais e acho que um dos meus maiores defeitos é guardar p. mim o que eu escrevo, ora por vontade minha mesmo e ora por não ter tempo p. entregar.
pode não ser surpresa p. ninguém, mas eu namorava com uma menina. ela era linda.: loira, cabelos enrolados e longos, alta e magra, olhos verdes [ mas não como o das árvores, diria que como o do oceano ou até mesmo, do rio amazonas ] e o que deixava ela ainda mais bonita, era a minha presença. gostava de escrever p. ela, de dizer o quanto gostava dela e até mesmo de ficar entediada - desde que fosse ao lado dela.um dia eu escrevi uma carta, entreguei.
ela respondeu.
não preciso nem dizer a minha expressão ao ver pois já é de se esperar o olhar apaixonado e o sorriso tímido que aos poucos, ia se expandindo. daí começei a escrever várias, as aulas que eu não gostava na escola passaram, então, a ser destinada ás cartas que eu destinava à ela. fazia uma ou duas por semana [ até mesmo pq chega uma hora que as palavras não são mais suficientes ].toda história de amor termina da mesma forma e acabou que fiquei com umas [ seis ou sete ] cartas que tinha guardado p. entregar, semanalmente.
guardo-as.
meu caderno da escola é um lugar onde ninguém se atreve a mexer [ nem mesmo eu ] e, não há lugar melhor p. guarda-las.
sabe, em pleno século xxi ainda é difícil a compreensão perante as não-leis criadas por deus. ainda é difícil entender que homens e homens e mulheres e mulheres podem gostar-se entre si pq o que importa, não é o sexo e sim o amor.
o sexo, por vez, torna-se acidente, opção.
claro, se pudesse escolher, escolheria que as pessoas a quem vejo como interessantes, legais e divertidas fossem todas homens pq assim não ia correr o risco de me apaixonar por uma mulher e enfrentar problemas aqui em casa.
o problema é que não tem problema nenhum nisso.! todos deveriam ver essa "virtude" de se apaixonar por homens e mulheres como um ponto positivo, eu não me apaixono pelo dinheiro, pelo neurônio +1 que nós, mulheres, temos e muito menos por outros bens inconsumíveis ou inimagináveis. me apaixono sempre pela pessoa, pelo que ela contém ao invés do que ela tém; me apaixono pelo olhar, pelo sorriso e de vez em quando pelo movimento do músculo das bochechas ao falar. enfim, na sexta que passou, acabei por deixar meu caderno [ contendo as cartas ] com a minha tia que mais tarde, trouxe ele - o caderno - aqui p. casa.
final de semana não é dia de ficar colada nos cadernos e livros, é dia que eles tirem folga de mim pq são cinco dias em perfeita homeostase intelectual. deixei-o jogado na mesa, ao lado das revistas e cds do video-game. sei lá se alguém ia mexer ali e confesso que isso seria a última coisa a passar pela minha cabeça.ontem foi dia de prova, de tornar-se inseparável ao caderno e conseguir alguns pontos a mais na nota final.
achei-o, no mesmo lugar, intacto.! não sei quantas pessoas passaram pelo quarto durante o final de semana e nem quantas notaram a presença dele - o caderno - mas, as folhas - incluindo as cartas e bilhetes - estavam deslocadamente um pouco a frente, fui ver se havia caído alguma e não encontrei nada por ali e mesmo assim, faltavam duas das que tinha escrito e alguns outros rascunhos que havia esquecido de escrever na folha bonitinha e com a caneta colorida. procurei, procurei e não encontrei; fiquei com medo que o meu pai - ou alguém aqui de casa - tivesse lido.coração vinha na boca, mas a razão sempre vence o coração e, claro que se eles tivessem visto algo, já teriam me falado e me dado uma bronca daquelas.!
fui feliz p. escola, como se nada tivesse acontecido e por falar em escola, foi um dia gostoso [ mesmo que com prova ]. é sempre bom estar na compania de pessoas que pensam e agem como você ou até mesmo, que entendem pq você age e pensa dessa forma.
voltei p. casa e fiquei com medo de novo, não quis nem jantar, já tinha perdido a fome antes mesmo que ela chegasse.
fui p. quarto assistir o mesmo filme que os meus pais viam na sala, só p. [ des ]focar a atenção deles só ali.cheguei e na mesinha, duas das cartas.: uma entreaberta, dobrada de uma forma diferente e a outra, como se tivesse escorregado do caderno e ficado.
peguei, assustada, guardei no bolso da calça que havia acabado de tirar com medo que alguém aparecesse e visse.meu pai entrou no quarto, ascendeu e apagou a luz, certificou-se que eu estava bem coberta pq ontem foi uma noite fria e nem sequer demonstrou ter visto alguma carta, alguma palavra que falasse sobre esse assunto a que ele tanto me repudia.
ele não viu.
ou viu e está pensando como falar p. não me machucar - ando muito sentimental por esses dias.
ou então, já se acostumou com a idéia e viu que vive agora, no século xxi.
será.?
...quem dera.
terça-feira, 26 de junho de 2007
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4 comentários:
ois
nossa q bunito
adorei d vc ´´desabafar´´
to precisando disso tbm
e percebi q hj vc vai c dar bem na prova d redação hein....
bom
ateh daki a poco
e adorei te conhecer xD
bjammmm
eu sempre achei que você devia escrever um livro. :) adoro muito quando você "desabafa" assim.
e blogger é melhor! tenho dito. hunf!
hahaha
te amoo, beijo. :*
( http://www.pontob.blogger.com.br )
Sao pessoas como vc q fazem o mundo mais humano e sentimental ,onde o amor supera todas as barreiras impostas por uma sociedade preconceituosa e ignorante. Quantos séculos teremos q esperar para q essa realidade mude?
amo vc hoje e sempre !!!!
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