quarta-feira, 8 de agosto de 2007

além da vida.

"sem horas e sem dores
respeitável público pagão
bem vindo ao teatro mágico!
sintaxe a vontade..."

sem horas e sem dores
respeitável público pagão
a partir de sempre
toda cura pertence a nós
toda resposta e dúvida
todo sujeito é livre para conjugar o verbo que quiser
todo verbo é livre para ser direto ou indireto
nenhum predicado será prejudicado
nem tampouco a vírgula, nem a crase nem a frase e ponto final!
afinal, a má gramática da vida nos põe entre pausas, entre vírgulas
e estar entre vírgulas é aposto
e eu aposto o oposto que vou cativar a todos sendo apenas um sujeito simples
um sujeito e sua oração
sua pressa e sua prece
que a regência da paz sirva a todos nós...cegos ou não
que enxerguemos o fato de termos acessórios para nossa oração
separados ou adjuntos, nominais ou não
façamos parte do contexto da crônica
e de todas as capas de edição especial
sejamos também o anúncio da contra-capa
mas ser a capa e ser contra-capa
é a beleza da contradição
é negar a si mesmo
e negar a si mesmo
é muitas vezes, encontrar-se com deus
com o teu deus
sem horas e sem dores
que nesse encontro que acontece agora
cada um possa se encontrar no outro
até porque...
tem horas que a gente se pergunta...
por que é que não se junta tudo numa coisa só?




[ fernando anitelli "o teatro mágico" - sintaxe à vontade ]

Um comentário:

ilusão ilusória. disse...

E se os verbos não tivessem sentido?
E se as palavras proferidas não durarem efeito algum?

E se, as palavras dos verbos estiverem mortas?

... morreriamos, mesmo vivendo?