sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

medo de perder.

fazem quatro meses e doze dias que eu estou com aquela que digo ser a mulher da minha vida. ando lendo e conversando bastante com meus amigos sobre isso e a pessoa da sua vida é aquela que tá com você nesse momento, que tá sabendo como te fazer feliz e que é amigável com os seus amigos, sempre simpática, interessada no que você diz; todas aquelas coisas que são necessárias p. que você diga que quer aquela pessoa p. sempre. na minha parte romântica, eu discordo dessa história de que amor da sua vida é a pessoa que tá você agora, já nas minhas outras partes eu concordo e ainda arrumo uns pares de argumentos.
mas hoje eu não vim falar disso, não vim falar que ela é a mulher da minha vida só por hoje e por esses quatro meses e doze dias que já estamos juntas. eu vim, mais uma vez, falar das nossas dificuldades.
no começo, eu não queria namorar e namoramos, fomos passando por cima de cada problema que aparecia, ficávamos alguns dias sem nos ver e depois nos viamos, matávamos toda a saudade e começava uma nova rodada. depois vieram as festas de final de ano que fizeram com que essas rodadas de saudade se tornassem maiores e por fim, a descoberta da mãe dela que me preocupa até hoje.
embora seja algo recente, não tá mais tão no foco assim e não atrapalha mais tanto. claro que a mãe dela nem sonha que nos vemos, ainda quer o meu telefone e jogou a nossa aliança fora, mas tirando isso, a gente tá se vendo vez ou outra sem se preocupar.
acontece que o que me atrapalha sou eu. isso mesmo. eu tenho as minhas paranóias, os meus medos e dá vontade de jogar tudo p. alto. eu amo ela e ela é a mulher da minha vida hoje e mais o tempo que eu quiser pq eu sei que, se eu continuar querendo p. sempre, ela também vai querer. tá nos olhos dela que ela me ama, que faz tudo por mim e que quer ficar comigo p. sempre; - sem querer me gabar, claro, eu sou a pessoa que ela sempre quis - tá nos nossos planos e no que os amigos dela vivem dizendo que ela nunca esteve assim com ninguém, do jeito que ela tá comigo.
ela é atleta, - de atletismo mesmo, sabe - mas eu pensei que fosse pouco. por exemplo, quando eu tinha uns doze anos, jogava handball no colégio pq eu gostava, eu era pouco atleta. sempre soube que ela treina muito, quase a semana toda, mas aí pensei que fosse pela falta de pessoas que desempenham a função dela, aí p. o treinador não ficar a semana inteira sem fazer nada, ela ia lá e ficava jogando as coisas que ela costuma lançar e arremessar. esses dias, pela falta do que fazer e pela curiosidade, entrei no google e digitei o nome inteiro dela. quase morri.! tem o nome dela em um monte de sites, falando dela, das competições que ela já participou e mais um monte de coisas. aí, agora ela tá recuperada da cirurgia que fez no joelho, já voltou a treinar a todo vapor e já tem algumas competições á vista.
eu fico feliz por ela pq sei que ela gosta do que faz e sei que isso é ótimo p. ela, p. carreira dela mas fico triste pela gente.
comentei a respeito disso ontem no colégio com a minha amiga e ela disse que a gente tem que ser assim mesmo, construir primeiro a carreira e depois o amor, mas não é essa a questão pq ela - a minha namorada - nem sequer pensa na possibilidade de terminarmos, por isso que eu digo que o problema sou eu.
toda essa minha insegurança já tá me prejudicando, ela ainda tá começando a treinar e eu já tô pensando no tempo que ela vai ficar fora quando viajar, no tempo que vamos ficar sem nos ver quando os treinos dela começarem a ser mais intensos.
não sei se faço isso por ansiedade de não conseguir viver um dia de cada vez ou por medo de sofrer mais p. frente.
me dá vontade de chorar, me dá um vazio, me dá tudo.!
insegurança é uma coisa boa, tão boa quanto o ciúme. é boa quando aparece de vez em quando, quando é usada em doses homeopáticas. medo de perder também é bom, dizem que a gente só dá valor depois que perde, logo, por causa do medo, nem precisa perder p. dar valor. por outro lado, o medo faz imaginar milhares de situações quase sempre impossíveis e faz acabar perdendo mesmo assim. é o medo de perder que te faz perder.
costumam dizer que a pior fase de um namoro é nos três meses, que é a fase que começam aparecer as dificuldades, a rotina...eu só tô assim pq não quero que a nossa rotina termine, eu gosto de ver ela duas vezes por semana, de passar o sabado abraçadinha sem fazer nada olhando o horizonte.
como o problema é só meu, acho que é mais fácil de resolver. é só eu pensar e ver que tudo que tá acontecendo é pq eu coloquei na cabeça, que a gente tá super bem e que não vamos terminar, que eu não preciso ficar triste.
a parte mais chata de amar alguém de verdade é essa necessidade, essa vontade de estar sempre junto, esse medo de perder, essas lágrimas que nem são controláveis mais; a ausência que dói...como tudo na vida tem pelo menos dois lados, o que me resta é aprender a conviver com a saudade, com a insegurança, com os medos que o carinho, os beijos e todas as outras coisas boas vem um tempo depois e dão até vontade de ter essas partes chatas sempre por perto, pq aí depois, sistematicamente, voltam os momentos em que o coração bate mais forte.
tudo na vida - até ela mesma - é um ciclo, não é.? pq agora ia ser diferente.

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