sexta-feira, 20 de junho de 2008

oi, tem alguém aqui.?

pouco importa agora, depois de toda a minha ausência eu volto, em presença e peso.
imagina-se que eu tenha muito o que falar por todo esse tempo que me ausentei. a raíz dessa ausência foi a falta do que falar e de vontade de escrever também, mas ambas voltaram e o melhor disso é que ao mesmo tempo.!
nesse meio tempo já fiz alguns aniversários de namoro, já me stressei algumas vezes, discuti outras. fui assaltada, me diverti, matei aulas e não estudei nem metade do que deveria e é por isso que agora vou contar tudo que aconteceu resumidamente e sem esquecer os detalhes, começando pelo assalto mais bobo que já sofri em toda minha vida - e também, o único.
estou no auge da paixão e do desejo e é por isso que pelo menos uma vez por semana deixo de ir à aula e desfruto de ótimos momentos ao lado da minha namorada e como nem tudo são alegrias, já logo alerto que além das milhares de faltas no meu boletim tive um déficit de uns mil reais de bobeira.
estávamos aonde sempre ficamos, com as nossas mochilas do nosso lado, quando passaram quatro moleques e sentaram, ficaram nos observando, depois retornaram e um deles subiu, pegou as mochilas e correu. instintivamente, repuxei a mochila e de repente tive um flash que me fez soltar por medo do que poderia acontecer.
despreocupadas, continuamos conversando e falando da perda, fazendo o balanço do que tínhamos perdido e quando percebemos realmente o que havia acontecido, saímos correndo p. ver se achávamos eles.
já era tarde.
andamos, corremos, perguntamos e não achamos. o policial que estava por perto de moto deu a volta no quarteirão e logo desistiu de achá-los.
como se não bastasse isso, ainda tinha que esperar a hora de voltar p. casa - fui assaltada no horário que deveria estar no colégio.
esperei, liguei p. meu pai e ele foi me buscar. eu disse que estava tudo bem e que não queria fazer o boletim de ocorrência. ele não sabe, mas seria outro problema chegar à delegacia e encontrar com os pais da minha namorada lá.
quando cheguei em casa me dei conta do que havia acontecido e começei a chorar, percebi que por mais que fossem bens materiais que tinham tirado de mim, havia sentimento em cada uma daquelas coisas que me levaram: as mensagens do meu celular, as fotos do meu caderno e por aí vai.
é realmente deprimente lutar por algo e alguém que não tem nada a ver com a história chegar e tirar de você em questão de segundos. é triste saber que em um país onde poucos tem condições de comprar o que querem, existe alguns que não têm essas condições e tiram dos que têm.
sem mais reclamações, o que me restou foi comprar tudo de novo.
uma semana sem celular e a depressão já me aguardava, haha. minha mãe sempre diz que é melhor gastar dinheiro com qualquer coisa que não sejam remédios e isso explica que meu celular novo chegou rápido ás minhas mãos e está na minha frente, olhando p. mim nesse exato momento.
é meu, mas parece que não.
é uma sensação estranha, uma posse parcial. eu estava acostumada com o meu outro celular e não com esse que eu nunca tinha visto na minha vida, nunca tinha tido contato.
me pergunto as vezes se é isso que quem tirou o celular de mim pensa, onde será que ele tá agora, de quantas outras pessoas ele tirou coisas importantes ou desnecessárias, quantas outras pessoas foram embora a pé por não terem nem dinheiro p. voltar de ônibus p. casa. outras vezes não chego nem a gastar meu tempo com esse tipo de pensamento: é óbvio que pessoas com essa índole não tem sentimentos e muito menos se importariam se a pessoa a quem roubaram tem medo agora de andar na rua, está em depressão, está assustada, perdeu noites por achar que alguém abriria a porta do quarto e levaria o que lhe resta.
nem sei até que ponto essas pessoas são consideradas pessoas.

Um comentário:

ilusão ilusória. disse...

a falta de poder pode ser consequência desse vandalismo, mas é bom salientar que nem todas as pessoas que não têm poder são assim. A maioria - ou melhor, a grande maioria - se contentam com o pouco que lhes resta.

Sobram poucos e bons que não aceitam a condição a qual vivem e, por algum motivo, quer fazer outra pessoa viver o mesmo.

Infelizmente hoje é quase impossível encontrar alguém que não tenha sido assaltado e, em breve, vai ser difícil encontrar alguém que nunca tenha assaltado.