terça-feira, 24 de junho de 2008

relatos de uma sexta feira.

numa dessas sextas-feiras de junho, eu saí depois da aula e fui p. uma rua que tem aqui perto que é o lugar que deveria ser mais legal de toda a cidade - mas não é.
chegando lá, todas as expectativas de uma noite divertida foram por água abaixo quando pagamos sete reais p. entrar em um lugar que tinha onze pessoas dentro - sem mentir.
o habibs ganha a vida com pessoas que desistem de baladas miadas e passam a noite por lá tomando caipirinha p. ganhar chopp e não ter a noite toda em vão.
enfim, pouco importa como o habibs ganha a vida e como deixou a desejar o passeiozinho noturno, o que importa é que, depois de todas essas coisas sem-graça, estava eu ,caminhando rumo à minha casa, quando passou um carro e me chamou p. ir até lá. não fui. uns cinco minutos depois passou outro e párou do meu lado, abriu o vidro e disse que se eu entrasse lá ele me daria cinquenta reais. não entrei também, mas antes de ir embora questionei se ele me achava com cara de p*ta ou de pobre.
não que eu tenha algum tipo de preconceito à essas duas classes-sociais, mas é que pela forma que eu estava vestida, não me enquadro em nenhuma das duas. não sou rica, mas também não sou pobre ao ponto de entrar no carro de qualquer um por cinquenta reais.
olha, confesso que cinquenta reais já me resolve muita coisa.: compro umas besteirinhas e como em algum fastfood duas vezes. minha semana já seria bem mais feliz se isso acontecesse e se ele quisesse só conversar, teria entrado no carro com o maior prazer e depois ainda dizia p. ele me deixar em casa. hahahaha.
pena que não foi o que aconteceu.
fui embora e ele também, procurando um outro alguém que aceitasse a sua proposta.
não sei pq ele fazia aquilo. talvez tivésse brigado com a esposa ou não tenha mais lugar aonde enfiar o dinheiro e dá à pessoas que ele considera que necessitam ou nem tenha uma esposa e ache esse o jeito mais fácil de suprir necessidades físicas e psicológicas.
não sei o que se passa na cabeça de uma pessoa que faz essas ofertas e tampouco nas que se submetem à isso.: a vida vale mais do que isso, a importância que cada um de nós tem perante a vida - nossa própria e dos que nos rodeiam - é um valor inestimável que dinheiro algum é capaz de pagar e muito menos, por horas.

não se assuste quando alguém te parar na rua e falar p. você "dividir" uma hora da sua vida por cinquenta reais.

2 comentários:

Eduarda Petry disse...

Ahhn... Oi.

Te vi nas recomendações do blog do Leo, e resolvi passar por aqui. E gostei muito daqui. Acho legal esse jeito de vocês escreverem, de conseguirem relatar fatos do dia-a-dia com uma vitalidade incrível. E conseguem transformar pequenas coisas em grandes debates filosóficos entre você e você mesmo.

Parabéns!

Bruna disse...

Que situação!
Ja me perguntaram se eu fazia programa pra pagar a minha facu =/ tbm pensei sobre isso.
valorizar-se não tem preço

bjs!